segunda-feira, 15 de junho de 2009

"eu quéle comelê"

Estava eu aqui a actualizar a minha leitura dos blogues favoritos (os últimos dias foram passados sem internet) quando ouvi um barulhinho tímido no topo das escadas.
Fui encontrar o mais novo encostado à ombreira da porta.
Tinha ido para a cama sem jantar, porque teimou que não gosta de "arroz alegre", nem de carne estufada. A criança tem fibra e orgulho e não cedeu a nenhum argumento. Como entedemos que não adianta bater para o convencer a comer, o único castigo foi sair da mesa para a cama (sem os 15 minutos usuais de brincadeira com a mana, "como se não houvesse amanhã", de tal forma são divertidos) e sem o biberon de leite (o vício diário dos dois).
Uma hora depois de se ter deitado subiu novamente e encostado à ombreira disse-me muito baixinho "eu quéle comelê" (tem 3 anos já faz chichi e cócó sozinho mas a dicção é uma lástima).
Mãe é mãe e entendi que a criança de uma forma arrependida, mas digna, me dizia "mãe, quero comer, estou cheio de fome, pode ser o jantar que não comi há pouco, até gosto de arroz alegre e carne estufada, só não fales muito alto para o pai não perceber porque eu estou um bocadinho envergonhado por ter sido um tótó".
Comeu com gosto, só não cedeu às ervilhas.
A meio do jantar o pai veio ter connosco, deu-lhe uma beijoca e disse-lhe que estava muito contente por ele ter reconsiderado.
O rapaz ficou com um sorriso "de orelha a orelha" e comeu ainda com mais vontade.
É tão bom ter filhos...

1 comentário:

Elsa Alcobia disse...

Adoro te Mulher de fibra Minha Prima do campo! Que bom ver como levas essa família e a alegria que reina no vosso lar. Eu hoje vi o barco do meu primo e também fiquei impressionada!
Espero que este fique bem preso! ;)