quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Queques de iogurte e amora
Tinha ficado prometido desde o dia da colheita. Matilde faria o chá, Xavier traria os bolinhos. Não havia na horta animal com maiores dotes culinários que o coelho Xavier. Sempre que surgia algum legume novo ou se fazia a colheita de algum fruto, recolhia-se na sua toca a experimentar receitas novas. Algumas criava-as ele, outras encontrava-as nas suas pesquisas. "Cada um com o seu dom", pensava Matilde. O importante era saber encontrá-lo, desenvolvê-lo e usá-lo para trazer bem estar a si próprio e aos outros.
Eram famosos na horta os lanches e almoços saborosos confeccionados por Xavier. Todos ficavam de barriga e alma confortada. Entre bolinhos e tartes as conversas, o riso e as confidências surgiam facilmente. E como tudo era feito com muito carinho e empenho, os cozinhados ganhavam um sabor delicioso e verdadeiramente mágico. Tão mágico que era capaz de fazer rir os mais tristes, desinibir os tímidos e dar esperança e força aos que se encontravam com planos delineados e precisavam de um empurrãozinho para começar. "Este Xavier tem qualquer coisa de feiticeiro", segredavam a Matilde os outros comensais. "Um feiticeiro bondoso", admitia com um sorriso de ternura e agradecimento.
A tarde foi passada entre conversa e degustação pura.
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3 comentários:
Parabéns, uma vez mais pela criatividade! A pintura está linda e o texto delicioso...
Ana Rita
Acho que se devia aventurar na literatura infantil e na ilustração dos mesmos.
Inês
Obrigada, Inês.
Gostava muito mas não sei a que portas ir bater...
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