quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Nas últimas semanas










as minhas manhãs têm sido ocupadas num dos espaços mais bonitos de Vila Viçosa, a inventariar um património que me diz muito ao coração e que trato com todo o carinho e respeito: alfaias agrícolas de finais do séc. XIX e 1ª metade do séc. XX. Entro no palácio, atravesso o jardim e a minha alma serena. Está tudo tão tranquilo à minha volta que a minha concentração é imensa. Quando chego à zona onde as alfaias estão armazenadas começo a viajar no tempo e a embrenhar-me noutro mundo. Estou a tratar de ferramentas de um tempo em que o trabalho rural ainda era o que ocupava a grande maioria da população Portuguesa, com toda a riqueza social e humana que a isto é inerente. Como é que a sociedade se organizava então? Como era feita a lavra da terra, como é que se conseguia fazer a ceifa do cereal em extensões tão grandes como as que existiam no sul do país sem ajuda mecânica, quais os ciclos de culturas que se praticavam para satisfazer as necessidades da população? São estas as questões que me têm ocupado o espírito todas as manhãs. Estou tão grata por esta oportunidade ter surgido na minha vida.

À tarde costuro. Sacos, malas e nestes últimos dias casinhas de alfazema também. Os dias são cheios.

Sem comentários: