quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Francisco


"Matilde adorava as tardes passadas à conversa com o seu querido amigo. Francisco estava obrigado pela profissão a ficar parado no mesmo lugar durante dias seguidos, o que para ele era uma benção. Permitia-lhe observar a horta e os seus habitantes com calma e argúcia. Escutar com atenção conversas e desabafos a quem à sombra da ameixeira se aconchegava. Ouvia muito e falava pouco. Pediam-lhe até conselhos, coisa que o deixava atrapalhado, afinal, não era ele um simples espantalho? O que Francisco não sabia é que para os animais da quinta as suas palavras pareciam música, eram proferidas depois de muito ouvir e pensar. Tinham a sabedoria de um velho que já muito viveu, a bondade de uma mãe sempre pronta a abraçar e a alegria e esperança de uma criança."

1 comentário:

Margarida disse...

Ontem estive para responder se não era a patinha Matilde quem estava debaixo da ameixeira. Contive-me. E eis hoje a resposta. Tão bonito! Escreves tão bem e desenhas tão bem, que me sinto encantada. E imagino os teus meninos completamente rendidos às tuas histórias e cores. Lindo demais. Beijinhos.